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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

À Brasileira

Alguns versos ocultam a lúgubre existência do povo mestiço.
Há quem ostente heróica história brasileira, mas tem quem
destaque o oposto, como Azevedo em O Cortiço.

Fazem-nos crer que
Nossas negras formas não escrevem, só atuam
Em cenas pálidas, como àquelas construídas
Pela segunda geração do romantismo.

Assis consegue ser crítico, ainda que esconda
o verdadeiro ritmo da sociedade. E assim Caminha.

O halo é clamado e contemplado por Olavo
Não é o mesmo halo visto por Fabiano de Graciliano
Vidas secas no agreste, entram em chamas.

As chamas inspiram protestos, e protestos
Terminam num brinde, no Bar Don Juan:
Triste, Callado.

Ainda assim, Quintana e Drummond enxergam amor
E o ódio, e dilemas de poetas.

As poesias permanecem, mas "E agora José?"
Agora chamo Carolina, Cecília.. dada a dominação masculina.

Ah poesia brasileira, oculta ou revela?
Lê o poema, queima o poema, apaga a vela.