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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O fim indica um início

Olhei a superfície dessa sociedade imersa numa guerra silenciosa,
Vi  o entrecruzamento da opressão e da beleza sui generis de tua natureza
Brasileira: Escondida, esgotada pela ordem e pelo progresso.
Brasil, quantas coisas lindas morreram no sul, no norte, leste oeste.
Que povo incompreendido pelos outros e por si. Mulatos
Mais pra negro ou mais pra branco: são todos que vivem aqui.
Mulato, cafuzo, cabelo enrolado, queimado do sol do cerrado.
Mulato do que restou da mata Atlântica, mulato explorado do sul.
A mata, o mulato, a música brasileira. Todos ocultos atrás da carcaça da opressão,
Do grito abafado do sertão, da disputa pelo sol paulistano.
Na Amazônia, na caatinga:  Bichos morreram no processo de exploração. Brasil,
Teu grito é o do negro, do operário, dos que trabalham no roçado:

O que precisamos ainda não existe, cabe inventar.