Olhei a superfície dessa sociedade imersa numa guerra
silenciosa,
Vi o entrecruzamento
da opressão e da beleza sui generis de tua natureza
Brasileira: Escondida, esgotada pela ordem e pelo progresso.
Brasil, quantas coisas lindas morreram no sul, no norte,
leste oeste.
Que povo incompreendido pelos outros e por si. Mulatos
Mais pra negro ou mais pra branco: são todos que vivem aqui.
Mulato, cafuzo, cabelo enrolado, queimado do sol do cerrado.
Mulato do que restou da mata Atlântica, mulato explorado do
sul.
A mata, o mulato, a música brasileira. Todos ocultos atrás
da carcaça da opressão,
Do grito abafado do sertão, da disputa pelo sol paulistano.
Na Amazônia, na caatinga: Bichos morreram no processo de exploração.
Brasil,
Teu grito é o do negro, do operário, dos que trabalham no
roçado:
O que precisamos ainda não existe, cabe inventar.