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terça-feira, 30 de julho de 2013

O eu que eu nego

Confesso sobre a inércia que me assombra,
Sobre as dúvidas que me afrontam,
Sobre as minhas premissas.

Tropeço, demasiadamente,
Naquilo que nego.

Permaneço anestesiada, as vezes,
Pelo meu ego.

E prego palavras que formam
Um instrumento que assola
Essas insistentes verdades.

Inutilmente faço versos
Pra aliviar as contradições que
Compõe minha ira.

Tudo que parece escuro
Iluminado vira.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Em julho

Chegou: O frio e uma viagem
Dueto da roupagem e
Da forma do meu
Pensamento...

O frio é daqui
A perturbação não:
Encontra-se no tempo
Se arrasta com e pelo
Poder de construir
Momento por momento
Da minha vida.

O frio perturba
Mas pensamentos perturbam
Mais
Fazem-me reconhecer que
Existe, em minha
composição, muito menos
do que julga a matemática
Do meu coração
Da cor
Da ação
Cor Ação.

Menos razão. Menos acertos.
Mais incertezas.
É isso que chamo de Desespero
"Muso":
O destempero do que não quero
A dificuldade de encontrar o que
busco. Ação.



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sol: mercadoria de uma vida prometida

Na minha condição diante da situação de opressão
Ecoam gritos de ordem, palavras de imposição:
...
- Apressa-te cidadão
Corre para a conquista
De um lugar ao sol.
Por que o sol nasce
Todos os dias
Não para todos
Mas para àqueles que
Buscam!
Ficar às sombras
Despossuído,
É coisa de quem
Não buscou!
...
- Buscou o quê?
...
Nessa caminhada
Atropelam-nos
Falsos sonhos

E então há pressa.
Há a eterna promessa
De um lugar ao sol.