Páginas

sábado, 10 de maio de 2014

Insanidades

Um pouco de insanidade
(Na alquimia da vida)
Pungente e prazerosa
Incita os nossos sufocos
A desufocarem-se
Obriga-nos a ritmar
Passos e respiração
Seguindo o compasso
Animal, que vem do coração.

Um pouco de insanidade
Distribuída pelos dias
De nossas vidas
Deflete nossas certezas.
Nos mostra o quanto
Nossos corpos são frágeis.
É onde reside toda beleza.

Uma pitada de aventura
Em nossas ações
Faz das insanidades
Muito parecidas com
Nossas diletas canções.
Sem roteiro, sem rotina.
Olhos sem cortinas.

O que não-pode
Merece um brinde!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Aos amanheceres

O dia começava bem cedo,
Antes do amanhecer..
Não adiantava sentir medo
Só se podia correr!
Café com lua,
Abacate, mel e rua.
Amanhecia enquanto corria,
Estupefata, em nuas avenidas.
Tantas palavras trocadas
Promessas silenciosas
Tanto agir, dilemas, problemas.
Florescia ao amanhecer
Vida em fluxo
Que agora... refluxo.

sábado, 3 de maio de 2014

Quando escurecem-se os olhos

Emudece o poeta quando falta amor
Escurecem-se seus olhos num temor
Numa solidão silenciosa e oculta.
Interpõe-se ao minguado ser
Uma boemia cuja seiva desejada
Passa calada entre goles de cachaça.
Anoitece em lua nova perro indivíduo
Que na bocada do nada quer transformar
Certas coisas do seu destino.
Os olhos escurecidos
Os são por que nem eles são capazes de saber
Qualquer coisa sobre o destino.
E agora amor que falta cachaça que sobra.
Um labirinto representaria a vida,
E tudo mais nada é no instante em que
A incerteza e a insignificância
Traduzem o coração de uma mulher.