Abriram as cortinas:
Vi no palco um livro de alquimia,
Protagonista do espetáculo da
minha não-vida.
Abriram-no:
Foram mãos de um invisível corpo
De quem a boca proferia poesias
Rebeldias, acasos - Agulhavam
Me.
Pus-me a criar os meus dias
Inspirada no livro de alquimia
Criei palavras, sons
expressões corporais
Pincelei o preto, o branco
O brilhante.
Estreiou o tempo. Finalizando
O espetáculo do livro de alquimias
Encantou a maioria e
protagonizou minha "vida".
Fecharam as cortinas e vi com clareza
os corpos que folhavam alguns livros
... que já não significavam nada.
Restou-me rebeldia,
Não deixaram qualquer possibilidade de vida.
Nota
1. Refiro-me a alquimia fazendo uma analogia aquilo que podemos descrever enquanto possibilidades de descobertas e criações autônomas das determinações geradas pela configuração econômica, política e social.
Páginas
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Esperança
Abraça-me uma solidão ímpar:
Provoca em mim sentimento aveludado,
E sentimento espinhoso.
Rasga a carne e faz meu pensamento
Pensamento silencioso.
Sem eco.
Sem projeção alguma.
Pouca projeção.
Abraça-me um odioso desespero
De ver transformação
De transformar pra fora
E transformar meu coração
Meus olhos
E todos.
Minha mente
E todas.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Trans-passo
Vou caminhando
Em passos pesados.
Fazendo laços,
Em vários lugares do espaço
Em que vivo.
Voo em sonhos
Transgressivos.
Num curto compasso
Percebo meu eu agressivo,
E o passivo.
Desfaço meus laços
Refaço
Meus passos.
Transpasso
O que posso
E o que não posso
Refaço meu olhar
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Aqui
Que importam as cores das flores se mal posso vê-las?
O vento? Que é? Muitas coisas importam mais que vento e flores aqui:
Aqui não há nada que me atraia,
Tão somente as oposições de tudo daqui.
As fugas possíveis. As desimportâncias.
O equilíbrio... não há, mas há quem o busque. Senão todos.
Aqui, as buscas são mercadorias:
- Comprei meditações, passei fé no cartão!
A ciencia protocola absurdos que inovam a opressão.
Empresas ofertam equilíbrio.
Eu rio. Eu passo.
Não há equilíbrio, há negação da busca.
A busca sim importa, mas aqui é probído.
Não posso buscar, mas tenho desobedecido.
O vento? Que é? Muitas coisas importam mais que vento e flores aqui:
Aqui não há nada que me atraia,
Tão somente as oposições de tudo daqui.
As fugas possíveis. As desimportâncias.
O equilíbrio... não há, mas há quem o busque. Senão todos.
Aqui, as buscas são mercadorias:
- Comprei meditações, passei fé no cartão!
A ciencia protocola absurdos que inovam a opressão.
Empresas ofertam equilíbrio.
Eu rio. Eu passo.
Não há equilíbrio, há negação da busca.
A busca sim importa, mas aqui é probído.
Não posso buscar, mas tenho desobedecido.
domingo, 9 de setembro de 2012
Miudeza
Alguns instantes considero, profundamente, que cores de
flores e flores
Possam definir meu pensamento e acalmar meu coração.
Percebo tão gigantesco erro quando vejo o vermelho de sangue,
Estampado na flor que anuncia: - Revolução!
Em alguns momentos visualizo felicidade na singeleza do
vento,
Defino paz com a palavra silêncio. Não demora muito para que
eu perceba
Que o vento é quem espalha no horizonte os gritos que
soluçam
As dores da dominação.
Em poucos momentos esqueço a pequeneza que é minha
felicidade,
Se vista ao lado da opressão que impera nesta sociedade.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Abandono
Dedico estas palavras ao abandono:
Um fim expressa o abandono do que um dia edificou-se
Marca a ruptura inescapável de quando se esgotam as vontades
Um fim não é só um fim, é também um início.
Passo por um fim hoje, anunciado desde há alguns dias.
Parece que este fim deixou-me afim de construir algo que substitua
O que findou.
Hoje, ao entardecer, optei pela poesia
Nascida das cinzas do abandono de algumas lutas.
Abandono temporário.
Um fim expressa o abandono do que um dia edificou-se
Marca a ruptura inescapável de quando se esgotam as vontades
Um fim não é só um fim, é também um início.
Passo por um fim hoje, anunciado desde há alguns dias.
Parece que este fim deixou-me afim de construir algo que substitua
O que findou.
Hoje, ao entardecer, optei pela poesia
Nascida das cinzas do abandono de algumas lutas.
Abandono temporário.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Pensamento de lebre
Entardeceu cedo, e junto a lua veio o medo de não mais poder
Me esconder... no
melhor lugar do mundo:
*
*
Qualquer verso proferido por mim para mim mesma
Refletem anedotas quaisquer, que ontem ou qualquer dia
Vivi.
*
*
Essas anedotas são como tigres surrealmente famintos,
enquanto
Meus pensamentos.. parecem lebres, tartarugas..
passíveis a tristeza tolas.
*
*
As anedotas perseguem os pensamentos!
*
*
Nessa perseguição
Tenho a enorme sensação de não me importar com as tristezas
tolas,
Quiçá pudera, importo-me!
*
*
Ainda sendo meu desejo
Traze-lo para cá, junto ao meu coração.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Hoje parei de respeirar
Hoje parei de respirar
Hoje parei de respirar:
não me sobrou nem o sufoco de respirar os últimos segundos do ar.
Quando vi você passar
Lembrei como era bom, e tão bom sentir você me abraçar.
Hoje tentei deixar de amar
Mas que difícil é, esquecer as lembranças daquele profundo olhar.
Fiquei sozinha, pensei em rumar ao mar.
E ainda lá, estare’intensamente a te amar, mais do que preciso do ar.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
(In)certezas II
Entre abelhas e gatos e todos os pequenos animais de existências quase ou totalmente alheias, eu e melissa somos contendidas e presenteadas - no primeiro dia do ciclo da lua cheia - com movimentos harmônicos e inócuos de toda vida que não era eu. Esqueci do tempo e do futuro, esqueci dos maus sonhos que eu mesma procuro. Gozei da doce companhia do sol, da sombra, da (in)certeza de tudo, da paz, da raríssima paz.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
A solidão ultrapassa ser e estar: As pessoas são idéias de pessoas, e as idéias são ideais ilusórios, são realidades forjadas, composições da inarmonia universal. A solidão reverbera de olhos quaisquer, que apresentam-se como jamais seriam ou que são aquilo que o outro quer. A solidão vem dos hábitos hécticos de uma sociedade egoísta, hedonista, todos os istas que um dia foram brilhantes. A solidão sou eu, procurando o eu que exista.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Eu e o trem
Vejo, através da janela molhada - e dos olhos molhados -
o trem passar, vagaroso.
Ouço, deitada em minha cama, o trem.
Queria ser o trem
Que percorre longos caminhos e se oculta
Por detrás das montanhas
Queria ser o trem
Que atropela brutalmente o trilho
E o que passa por sobre ele
Queria ser aquele trem
Cujo som metálico lembra os gritos
Das dores de quem o fez
Queria que entre eu y o trem
Existisse uma cavilha
Que nos tornassem um só.
o trem passar, vagaroso.
Ouço, deitada em minha cama, o trem.
Queria ser o trem
Que percorre longos caminhos e se oculta
Por detrás das montanhas
Queria ser o trem
Que atropela brutalmente o trilho
E o que passa por sobre ele
Queria ser aquele trem
Cujo som metálico lembra os gritos
Das dores de quem o fez
Queria que entre eu y o trem
Existisse uma cavilha
Que nos tornassem um só.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Há um tumulto de vozes aprofundado
em mim. Acompanham-me todas,
como perfuradas em meu estômago.
Murmuram sobre a velha foto de chapéu e flores,
sobre escorregar no chão em qualquer chuva..
sobre segredos eruptivos.
Enquanto isso, segredos
se transformam em vozes.
Há um tumulto de vozes aprofundado
em meu silêncio.
Intercadente a minha figura.
em mim. Acompanham-me todas,
como perfuradas em meu estômago.
Murmuram sobre a velha foto de chapéu e flores,
sobre escorregar no chão em qualquer chuva..
sobre segredos eruptivos.
Enquanto isso, segredos
se transformam em vozes.
Há um tumulto de vozes aprofundado
em meu silêncio.
Intercadente a minha figura.
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