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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Trans-passo



Vou caminhando
Em passos pesados.
Fazendo laços,
Em vários lugares do espaço
Em que vivo.
Voo em sonhos
Transgressivos.
Num curto compasso
Percebo meu eu agressivo,
E o passivo.
Desfaço meus laços
Refaço
Meus passos.
Transpasso 
O que posso
E o que não posso 
Refaço meu olhar

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aqui

Que importam as cores das flores se mal posso vê-las?
O vento? Que é? Muitas coisas importam mais que vento e flores aqui:

Aqui não há nada que me atraia,
Tão somente as oposições de tudo daqui.
As fugas possíveis. As desimportâncias.

O equilíbrio... não há, mas há quem o busque. Senão todos.
Aqui, as buscas são mercadorias:

- Comprei meditações, passei fé no cartão!
A ciencia protocola absurdos que inovam a opressão.
Empresas ofertam equilíbrio.

Eu rio. Eu passo.

Não há equilíbrio, há negação da busca.
A busca sim importa, mas aqui é probído.

Não posso buscar, mas tenho desobedecido.

domingo, 9 de setembro de 2012

Miudeza


Alguns instantes considero, profundamente, que cores de flores e flores
Possam definir meu pensamento e acalmar meu coração.
Percebo tão gigantesco erro quando vejo o vermelho de sangue,
Estampado na flor que anuncia: - Revolução!

Em alguns momentos visualizo felicidade na singeleza do vento,
Defino paz com a palavra silêncio. Não demora muito para que eu perceba
Que o vento é quem espalha no horizonte os gritos que soluçam
As dores da dominação.
 
Em poucos momentos esqueço a pequeneza que é minha felicidade,
Se vista ao lado da opressão que impera nesta sociedade.