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terça-feira, 31 de maio de 2011

Não-evitáveis

Não importa o quão frio esteja, e está.
As faces que me habitam, nessa cálida vida
Faz do céu não ser mais uma ferida no meu peito
Como trovão gritando a beira-mar.
Da fuga entendo bem, tal como solitário
Sabe sobre o que é amar.
E fugindo do meu tempo, olho por entre
Os véus que encobrem o olhar do mundo
E vejo as mesmas feridas do céu a gritar.
A mais louvável alegria está na periferia
Do que se enxerga, e tão assim
Fazer de tudo muito mais que objeto.
Dessa alegria diz-se pequena e insignificante
Por que mais de um instante de nada
Para acalentar nossos corações?
Ah... eternidade que não existe, mas
Assombra os desejos de almas, e de tudo
Que vem de um berço de contradições.
Um desespero é inevitável
Como chuvas no verão, como esse frio
Como os raios e os trovões.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como eu gostaria de dizer que tudo acabou, dizer que meu suor já não tem mais porquê existir, e tudo o que agora me resta é ouvir o som do mar e amar. Se isso eu pudesse afirmar todas as lágrimas que vem de fora aqui para dentro do meu coração seriam resignificadas, na essencialidade de cada indivíduo. Essa quase fantasia que impera em meus pensamentos são violentadas pelo cheiro cinza da inércia de todos e dos movimentos truncados de cada um.

Fugir ou não fugir? E porquê?

Fugir. Sem muitos porquês.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

De manhã

Nenhum desespero e nenhuma tristeza
Pode apagar a luz que vem dos teus olhos
Para os meus, de manhã, de longe.

Um horinzonte cheio de pedras e abismos:
E x i s t e!
Mas tua totalidade deixa mais doce
O caminhar ácido da vida.

Um desabafo longo e arrastado numa tarde fria ou numa tarde quente, luzes y toda transparência das almas que só querem um pouco de nada, mas que querem tudo que venha da alma..

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não é de chá quente que eu preciso

Que frieza! Sinceramente, quem precisa de um chá quente em noite fria, se quem faz o chá consegue deixar a noite mais fria ainda. De que importa ter cravo e canela, se não tem eu e você. Você! Teus olhos amargos já nem mais fazem meu coração chorar, teus olhos estão tão longes dos meus. Eu poderia escrever livros e livros sobre teu olhar, que desde a infância temo e conheço como nenhum outro olhar.
Ontem cheguei em casa tão plena, e o chá que me oferecestes, ah... quis jogá-lo contra a parede e gritar. Dizer pra você que não é disso que eu preciso, que, na verdade, não preciso de muitas coisas que não sejam vitais. Queria que fosse um engano e um absurdo o fato de você estar fria e fechada, de tuas mão passarem tão longe dos meus cabelos.
Nem sei se sinto saudade da infância.. mas sinto falta do nosso amor, e de quando teu chá bastava para calar meu coração.

Um jardim de pedras consome
O espírito de uma mulher
Que não sei se um dia
foi feliz...

Ela nunca me disse!

E o pouco que ela disse, não me convenceu.

O que é felicidade?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Intensidade

Ainda que cansada, certamente
ficaria olhando as estrelas
sentada em qualquer calçada

Até amanhecer...


E acordar com o néctar
que compõe teu olhar
E tua boca: calada

Culpa minha, tua, nossa!

Você em essência, misturado em mim
Lembro jasmim, fogo e poesia:

Vida!

O tribunal que delibera sobre meu coração
Está suspenso.

Estou imersa no teu olhar

Intenso.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Declarações de uma sonhadora

Oh! Estive por dias e dias com a sensação desconfortável de ter perdido meu ninho, de ter querido isso. Procurei cantos para me esconder, não achei, logo já não mais quis. Andei descalça no chão frio, e tudo de mais quentinho, passou a existir apenas nos meus pensamentos. Os meus sonhos estão esmagados pela realidade e vice-versa. Nunca antes em uma promessa tanto agonizei ao sentir isto. Esquecer o amor e todos os cantos que estive, se contentar com os pés frios, até que o último pé deixe de ser frio, e passe a ser morno.