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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fuga iii


Num dia como esses, assombra-me um desejo
De correr para um lugar calmo, que em meus pensamentos vejo
Debaixo de uma árvore, numa rede ou num balanço
Sinto que dessa rotina e desse mundo eu canso
Singularmente fecho os olhos e vou...
A suavidade do canto dos pássaros, não ouço
E a chuva que lá fora cai, finda em meu peito
Uma breve sensação do fim e da eternidade
Da fuga que só existe dentro de um coração
Calado, confuso e arredio.
Da fuga de ontem, de amanhã... mas hoje
Cá estou nesse rio supérfluo de peixes intoxicados
Por tudo que nos cerca neste mundo transitório.
Num dia como esses, só queria estar no aconchego
De um lugar simples e silencioso.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Do amor

Estrela que mergulha
No mar profundo:

Vento grita e terra pulsa, num ritmo agradável
Como quando uma semente brota
Flores ou frutas, pêssegos e rosas
Pêras, crisântemos, pinhão e banho frio
Semente da razão fundamentada no deleite
Da estrela a mergulhar no mar profundo
Fundo, fundo... vem de lá
A lava do vulcão
O uivo do cão
O grito de tesão
O adeus a razão

O grito é da estrela a mergulhar no mar profundo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O canto que foi serenata ou "Depois do Moderno"

Detesto quando reconheço que detesto!
Todos os meus músculos carregam
pesos e pesos de protestos e sentimentos
concretos.

Existe a lenda de opostos e iguais
e todos se esquecem de serem estes
compostos de feijão, água e sal.

Sistematizadamente brota e mata uma semente
que fecha e abre círculos das pseudo-palavras
de mentes inflamadas de _________________.

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