Páginas

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Não-análise de algumas rupturas



As rupturas entre dependências
E independências
Podem ser analisadas
Com tal diligência
Ao ponto dos pontos
De interrogações
Arremessarem-se
Tontos.
Rumo aos contos
Bem longe da ciência.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nostalgia

Escrever sobre a sensação de nostalgia parece que não pode ser outra coisa senão o desenrolar de um clichê, um indício de que o idealismo paira, de que o passado importa mais que o futuro. Mesmo assim...

Nostalgia

A minha mesa estava com a tinta descascada
Várias garrafas ornamentavam-na
e os vestígios de velas, esparramados,
sugerem uma vida que passou.

A chama, a taça, o sangue: deilatava-me
Num real inventado, sonhado, proferido
por Azevedo, dos Anjos e rock'nroll.
Uma inexistência desejada.

Chamava-me Innocenza, agora sou

Sou

Forma viva da negação.

Na minha mesa, com a pintura descascada
Existem cacos e cheiro de velas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Epitáfio da artificialidade estética

Da artificialidade estética vejo-me distante, cada dia mais
A ponto de profe(rir) um breve epitáfio:

Jaz sem paz uma beleza postiça
E seu funcional sustentáculo, o exibir.
Viveram brevemente neste corpo
Que busca qualquer coisa que não
seja apenas SER.

Dorme na eternidade o desejo de parecer ser
algo que se assemelha a inexistente perfeição.
Vai com "deus" cingir outro ser que não seja eu.

Forja puljante ser. Bota abaixo bocaina.
Morreu a artificialidade estética
Que
mesmo
incipiente

Assombrava-me
Empurrei-a, conscientemente, morro abaixo
E sai cantando, dançando, qualquer música
experiMENTAL. Velei as aparências.
(H)álgum tempo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Jamais

Não me esquecerei na inorganicidade dos sentimentos vis
Nem estragularei minha jugular, em nome de transitoriedades.

Consonatizar-me-ei em Minerva descamisada
Para fossilizar-me na história dos que desconheço.

Jamais faria um só ninho, para dele ser dependente
Desaninho, para cingir-me ao Universo, aos versos

Aos gritos.
- Seria o massacre da plutocracia!

Não deixarei minhas palavras ganharem tom de pó.
Mas que elas jamais deixem de ser fulgentes
Aos poucos ouvidos que também me resplandecem.

...

Não me esquecerei na inorganicidade dos sentimentos vis
Pois jamais poderei ignorar a correnteza da vida.