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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
“Não é só de meia-luz que vive o poeta” – eis que pensa Innocenza. O acorde perfeito que faz um pobre coração pulsar é como um oásis: quando o vejo, longínquo, galgo sem freios em sua direção, desejando a paz contida no vinho amadeirado. Do vinho nasce um sangue da cor do amor, saboroso como um coração que se emociona. Do coração nasce uma simples simples alegria, que deságua num sorriso sozinho na noite, escondido atrás de sonhos cuidadosamente pincelados. Dos sonhos surgem os medos, pois quando reconheço a legitimidade de meus sonhos, torno-me um peixe minguado, nadando na contra-maré das águas do Atlântico. Nas águas encontro o suave olhar que, talvez um dia, duvidei existir. De dia, as nuvens formam sentimentos abstratos de fuga, de noite, a lua empalidece a existência de um ser que pensou um dia ser fácil a vida. De noite encontro, por trás das garrafas de vinho do oásis – onde as flores do campo enfeitam-no de cores várias – o acorde que traduz minha voz muda, que diz ser aqui o ambiente perfeito para nós.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Denegrir-me, e não esclarecer-me!
Uma parte de mim achei perdida na mata das araucárias
A outra, esparramada pela tal Europa, de Portugal a Lituânia.
Na mata eu li Machado de Assis nua, nem lembrava!
Em Vilna ou em Lisboa, li Machado de Assis bêbada
Nem lembrava! Mas tudo isso aconteceu no Brasil.
Na mata das araucárias, ou na mata dos concretos.
Machado de Assis achou-me, num momento indiscreto.
Não sei se bebo ou tiro a roupa, mas vou pegar Assis.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
No passado eu pensei
Que, guardado em qualquer dia do passado,
Enche-me os olhos de vontades.
Precede-me uma liberdade suave,
Expressa na busca de qualquer fato que me salve.
Um grito pousa em mim,
E vem daquelas vontades.
Sucede-me um olhar apaixonado
E a morte do efêmero
Caminhar calejado e vigiado.
Livrar-me-ei, que sei!
Serei gota
pura.

terça-feira, 25 de outubro de 2011
Do amor ii
Não consigo dar um só passo sem recordar
O compasso da tua pulsação.
Ocupo-me dias e noites, desejando-te perto,
Muito perto: essência e respiração.
Sinto o extremo de qualquer coisa,
E a profunda aflição, de quando
O mundo diz que não!
Aí chove e chove, e o ar frio chega:
Mãos procurando mãos.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Senti você me abraçar no vento
Senti você me abraçar no vento, num ritmo
Tão suave que desfolhou toda saudade
Da árvore do tempo. Entristeci de repente.
O vento trouxe um ar frio e úmido
Que veio lá donde se encontra teu olhar único
E singular essência. Deu-me tanto frio.
Vi no vento sua expressão mais bela.
E senti tudo! Agora só vejo a chuva
Pela janela, e nela, nosso amor.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
Canções...
Algumas canções projetam minha alma até lugares que morreram um dia no meu passado. Consigo ressuscitar pessoas, copos de vinhos y sentimientos. Algumas canções trazem aos meus olhos uma maré conturbada de fatos e casos quaisquer que hoje nada mais são que absurdos educativos. Algumas canções acariciam meu coração machucado, mas nenhuma o machuca. O que morreu no passado pode ser somente semi-ressuscitado, pois dizem os médicos, os psiquiatras e os psico-ativos: – livrem-se das dores invisíveis para que elas não se tornem visíveis. Algumas canções ecoam em meu coração a doçura do castanho olhar a me olhar olhando a lua... Da lua, ah!, eis que sempre teima em refletir em minha face uma lágrima contemplatória de toda magia natural que muitos olhos não conseguem ver. Algumas canções jamais tocaram novamente, ainda que toquem e que eu as escute. Algumas canções fazem-me pensar que nunca jamais findará a sensação surreal dos incensos de jasmim que queimaram tantas vezes ao som de Love of my life. Outras canções certificam-me de que a invisibilidade não fere, e nem cura: De que eu não pretendo nunca apagar seu incenso de canela e nem suas divagações astrais de um passado que eu temo. Que todos sintam isso! Amém.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Alguns desesperos
1. Os critérios para ser comum são: qualquer critério ou nenhum critério.
Abaixo, "The little deer" de Frida Kahlo (1946)
