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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Carta de Innocenza, remetida a Vladimir e a Ella Desoir, depois de um encontro frustrado.

A carta nunca chegou...


Vida vulgar que te mantém imóvel no canto
Envolto num falso amor e nas falsas verdades
Aconchega-te nessa falsidade, como se fosse um manto

Esse manto é o manto da morte! Tenho dito.

Existes como existe as peças de porcelana
Um acessório a mercê da poeira
Esquecido nos primeiros dias da semana

Funciona esteticamente descartável. Que pena!


Tens uma vida cheia: cheia de nada
E ainda anda nas ruas como quem tem pressa
Mas a pressa é de uma consciência violada.

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