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domingo, 13 de março de 2011

2° rascunho do fim

Como dizer que nada importa, se dia após dia sinto no meu coração o amargo gosto da vida, que insiste em ver qualquer esperança morta: Pensei, quando te vi, em absolutamente nada, foi invisível teu rosto e muda tua voz. Estava cansada, e meu suspiro egoísta me afastava do mundo, e não... Não te vi! Não te vi, mas logo fizestes o favor de me fazer te sentir, e senti, cheiro, suor, voz, palavras soltas. Te senti e te esqueci, friamente, como quando há chuva no inverno. Mas, tu, insatisfeito, roubou-me os olhos... aí sim, te vi inteiro, e quis, e quero. Foi como andar incessantemente por entre árvores num dia quente, sem querer parar, sentindo toda a ausência de cheiros no ar, percebendo a singularidade da natureza, o canto dos pássaros, o aconchego de estar vivo, mais nada. Quando te vi por completo, foi assim que senti estar. Nas nuvens mais lindas, voando em cima do mar. Hoje, o tempo fechou, as nuvens lindas compõe um temporal, raios, trovões, águas turvas: sozinha de novo, num bote a navegar para terra firme, sem sentir amor, sem querer amor, voltando para o frio, beber café amargo e nunca, nunca mais chegar perto das nuvem que voam em cima do mar.

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