Páginas

domingo, 13 de junho de 2010

"Hoje foi um dia ridículo, absurdo, estúpido" Dostoievski

A Solidão


ninguém mais vê meus olhos
vedei-os antes que o fizessem por mim

a verdade aparece numa noite fria
vestida com um manto negro

matei-a, friamente.

outono sangrento, domingos dissonantes
singela madrigal que de mim provem

meia-noite
meia-luz
meia-estação

as formas cansadas dos rochedos
às faces de minha insônia

canção sombria, canção assaz desgraçada
escutai-me: apressa-te ao teu deserto
para que de Deus
chegues mais perto.

Lucineli Pikcius


Poesia Empoeirada


... Leva a mão ao bolso da camisa desabotoada, procurando o cigarro que acompanha o conhaque.
... Dá um trago, um gole, mais um gole, levanta-se.
Mi... Procura os cantos da casa, observa, olhar gelado, mecanizado.
... Olha pela janela, respira fundo, fecha a cortina, deita, levanta, senta, levanta, encontra o espelho
Sol... Orgulha-se de se ter, de se ser, vê o fundo do espelho vazio e sabe, e se engana.
... Silêncio da Cicuta,


Si


Titubeia...

Lucineli Pikcius/2006-2010

Um comentário: