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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fuga iii


Num dia como esses, assombra-me um desejo
De correr para um lugar calmo, que em meus pensamentos vejo
Debaixo de uma árvore, numa rede ou num balanço
Sinto que dessa rotina e desse mundo eu canso
Singularmente fecho os olhos e vou...
A suavidade do canto dos pássaros, não ouço
E a chuva que lá fora cai, finda em meu peito
Uma breve sensação do fim e da eternidade
Da fuga que só existe dentro de um coração
Calado, confuso e arredio.
Da fuga de ontem, de amanhã... mas hoje
Cá estou nesse rio supérfluo de peixes intoxicados
Por tudo que nos cerca neste mundo transitório.
Num dia como esses, só queria estar no aconchego
De um lugar simples e silencioso.


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